Charles Grandison Finney (1792-1875) foi um dos maiores evangelistas da América do Norte. Até hoje o testemunho de sua vida, pensamentos, lutas, realizações, amor incondicional a Deus e compromisso permanente com o Evangelho de Cristo é fonte poderosa de inspiração e exemplo para os cristãos.

Leitura fascinante e instrutiva, este livro é o resultado de mais de dez anos de pesquisa dos editores Garth Rosell e Richard Dupuis. O ponto de partida foi o texto básico ditado por Finney a um ex-aluno, o rev. Henry Matson, e revisado pelo próprio Finney.

Os autores corrigiram omissões e inconsistências presentes na primeira publicação dessas memórias, editadas em 1876, logo após a morte do evangelista.

Um monumento de conhecimento histórico. Ninguém pode ler estas páginas e não se sentir desafiado pela paixão de Finney pelo evangelismo, por sua preocupação com a injustiça social e por seu amor a Deus. Billy Graham


Garth M. Rosell (Ph.D., University of Minnesota) é professor de História da Igreja no Gordon-Conwell Theological Seminary em South Hamilton, Massachusetts. É autor de American Christianity [Cristianismo americano].

Richard A. G. Dupuis (M.A., Cambridge University) é psicoterapeuta em Farnham, Surrey, England. Sua pesquisa durante mais de quatro décadas fez dele um especialista em Finney e História Antiga no Oberlin College.

Leia um trecho do livro:

Introdução 10 
1. Meu nascimento e minha formação 15 
2. Minha conversão a Cristo 25 
3. Começo o trabalho com sucesso imediato 36 
4. Minha primeira controvérsia doutrinária com meu pastor 
e outros eventos em Adams 52 
5. Começo a pregar como missionário 71 
6. Mais informações sobre o reavivamento e seus resultados 81 
7. Mais observações a respeito da educação ministerial 91 
8. Reavivamento em Antwerp 103 
9. Retorno a Evan's Mills 115 
10. Reavivamento em Gouverneur 122 
11. Reavivamento em De Kalb 139 
12. Reavivamento em Western 147 
13. Reavivamento em Rome 161 
14. Reavivamento em Utica, Nova York 175 
15. Reavivamento em Auburn, em 1826 190 
16. Reavivamento em Troy 199 
17. Reavivamento em Stephentown 223 
18. Reavivamento em Wilmingtbn, Delaware 230 
19. Reavivamento em Reading 251 
20. Reavivamentos em Colúmbia e na cidade de Nova York 266 
21. Reavivamento em Rochester, Nova York, 1830 278 
22. Outro reavivamento em Auburn, Nova York 299 
23. Reavivamento na cidade de Nova York de 1832 em diante 316 
24. Primeiras atividades em Oberlin 332 
25. Questões em Oberlin 347 
26. Outro grande reavivamento em Rochester, Nova York, em 1842 362 
27. Volta ao trabalho em Oberlin, na cidade de Nova York e em Boston 374 
28. Trabalhos em Oberlin, em Michigan etc. 392 
29. Visita à Inglaterra, como evangelista, em 1849 400 
30. Trabalhos no tabernáculo, Moor Fields, Londres 418 
31. Em casa outra vez 432 
32. Trabalhos em Oberlin, Western e Rome 447 
33. Reavivamento em Boston, em 1856, 1857 e 1858 461 
34. Atividades na Inglaterra, até 1869 469 
35. Reavivamentos em Edimburgo e em Aberdeen (Escócia), e em Bolton  
(Inglaterra) 481 
36. Volta a Oberlin, e o glorioso reavivamento ali 497 
 
1. Meu nascimento e minha formação 
 
Tem sido do agrado do Senhor relacionar, até certo ponto, meu nome e meus esforços com um movimento extensivo da Igreja de Cristo, considerado por alguns o início de uma nova época. Em especial, no que se refere a reavivamentos religiosos. Esse movimento tem abrangido, em grau considerável, o desenvolvimento de alguns conceitos da doutrina cristã que têm passado por modificações e que antes poderiam ser considerados incomuns. Ao mesmo tempo, pelo fato de esse movimento ser levado a efeito mediante mudanças na maneira de fazer progredir a obra da evangelização, era natural que predominassem alguns mal-entendidos no tocante a essas declarações doutrinárias modificadas e ao emprego desses métodos. Também era natural que, conseqüentemente, até certo ponto, mesmo homens bons questionassem a sabedoria dessas medidas e a ortodoxia dessas declarações teológicas e que também os ímpios ficassem furiosos!a ponto de se opor energicamente, durante algum tempo, ao reavivamento. 
 
Relaciono meu nome a esse movimento apenas como um os muitos ministros de Cristo e das pessoas que participaram com destaque na promoção do trabalho. Tenho certeza de que alguns segmentos da igreja consideram-me um inovador, com respeito à doutrina e aos métodos adotados, e que muitos me consideram um líder nos ataques às formas tradicionais de pensamento e expressão teológicos e, sob muitos aspectos, na exposição das doutrinas do evangelho em linguagem nova e na introdução de outras formas de pensamento. A Há vários anos, amigos que tomaram parte nos reavivamentos tem me procurado, insistindo em que eu escreva a história desses eventos. Embora tenham prevalecido muitos mal-entendidos no que se refere a esses movimentos, pensa-se que a veracidade histórica exige uma declaração de minha parte a respeito das doutrinas pregadas, dos métodos empregados e dos resultados obtidos, com base no que eu e muitos outros acompanhamos de perto durante muitos anos. 
 
Parece que minha mente se recusa. a admitir que eu fale de mim mesmo tanto quanto serei obrigado a falar, se for para descrever com honestidade os reavivamentos e minha relação com eles. Por esse motivo, tenho me recusado, até o presente momento, a empreender semelhante obra. Recentemente, os diretores da Faculdade de Oberlin colocaram a questão diante de mim e me aconselharam a iniciar logo o trabalho. Apoiados por vários amigos dos Estados Unidos e da Inglaterra, insistiram comigo no fato de que a causa de Cristo merece que exista na igreja um entendimento melhor do que ocorreu até agora. Principalmente, disseram, no tocante aos reavivamentos que ocorreram no centro do Estado de Nova York e em outros lugares, a partir de 1821 e daí em diante durante vários anos, porque grandes calúnias e oposição foram levantadas a respeito deles. 
 
Devo dizer que é com relutância que abordo o assunto. E isso por muitas razões. Para começar, nunca mantive um diário, por isso os relatos dependerão exclusivamente de minha memória. É verdade que tenho a capacidade natural de reter os fatos na lembrança e que os eventos que testemunhei causaram impressão profunda em minha mente. Lembro-me com muita nitidez de muitos deles, muito mais numerosos do que caberiam no livro que vou escrever. Quem já testemunhou um reavivamento espiritual tem consciência dos muitos casos de conversão que ocorrem diariamente e do interesse que ele desperta no povo. Onde quer que se tenha conhecimento de tais fatos ou das pessoas envolvidas, o efeito produzido é emocionante. E são tão numerosos que, se fossem narrados todos os fatos interessantes de um único reavivamento mais longo numa única localidade, seria o bastante para um livro de tamanho considerável.