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A Dádiva da Dor (9788573254020)

A Dádiva da Dor

A Dádiva da Dor

Philip Yancey + Paul Brand

Tamanho: 16x23 - 423 pág

Categoria: Espiritualidade

Já imaginou um mundo sem dor?

Há dois fatos da vida que perturbam praticamente todas as pessoas, e com os quais quase todo o mundo tem enorme dificuldade de lidar. Um deles é a inexorabilidade da morte; o outro, a inevitabilidade da dor. Por isso, é mais fácil aceitá-la como desdita em vez de bênção.

Fugimos da dor de todas as maneiras possíveis. Viver num mundo sem dor, portanto, parece ser o lugar ideal para a civilização ocidental, acostumada a gastar boa parte de seus orçamentos em remédios para aliviar todo o tipo de dor.

Entretanto, em seus longos anos lidando com pacientes acometidos pela lepra Paul Brand vivenciou a tragédia de viver num mundo sem dor, no qual por total insensibilidade ao toque, homens e mulheres, dia-a-dia, atrofiavam seus membros, numa automutilação sem fim.

Quando ninguém, nem mesmo a classe médica, importava-se com os leprosos, Paul Brand motivado por um forte sentimento de caridade pelos renegados e uma incontrolável paixão científica, decidiu dedicar a sua vida para lidar com aqueles que sofrem por não sentir dor.

Em sua investigação, Dr. Brand traçou o mecanismo da dor no ser humano e mostrou como ela precisa ser melhor compreendida. “Ouça a sua dor. É o seu corpo falando com você”, dizia. Em A dádiva da dor, Yancey nos conta como esse simpático doutor colocou a dor em seu devido lugar – um presente daquele que nos fez para que soubéssemos quando estamos maltratando sua preciosa criação.

Sobre os autores:

Paul Brand (1914-2003)
Ortopedista e cirurgião renomado, filho de missionários, o dr. Paul Brand passou os primeiros anos de sua vida nas montanhas do sudoeste da Índia, de onde saiu para estudar na Inglaterra. Formado pela Universidade de Londres, voltou à Ásia em 1946, já casado com Margaret, para ensinar no Colégio e Hospital Cristão de Vellore. Neste retorno à Índia, o casal começou a trabalhar na assistência aos chamados “mendigos leprosos”, gente execrada por uma sociedade regida pelo sistema de castas. Foi assim que Brand desenvolveu um tratamento para as deformidades causadas pela doença, bem como uma nova forma de atendimento, mais humanizada.

Palestrante e escritor, recebeu vários prêmios e títulos, inclusive o de Comandante do Império Britânico, concedido pela própria rainha Elizabeth II, em 1961. Escreveu uma centena de textos científicos e sete livros, três deles com Philip Yancey: A dádiva da dor, As maravilhas do corpo (publicado por Edições Vida Nova) e In his image (À sua imagem).

Philip Yancey (1949)
Escritor e jornalista, Philip Yancey viveu toda a infância e início da adolescência no ambiente de uma igreja fundamentalista do sul dos Estados Unidos. Assim, formou a imagem de um Deus legalista, nervoso e pronto para castigar sem misericórdia o menor deslize. Se de um lado as muitas leituras — em sua maioria, seculares — e o início da vida acadêmica conduziram Yancey ao questionamento das estruturas eclesiológicas, por outro pavimentaram o caminho para a descoberta de uma fé e de um relacionamento com Deus verdadeiramente fundamentados na graça.

Autor de sucesso, com mais de 14 milhões de livros vendidos em diversas línguas, Philip Yancey já escreveu para revistas e jornais de prestígio, como Reader's Digest, Saturday Evening Post e Christianity Today. Atualmente, além das atividades editoriais, ministra palestras em vários países, inclusive no Brasil, onde se tornou referência em literatura cristã.

Leia um trecho do livro:

"Uma nuvem de tensão pairava no ar entre a menininha e a mãe, mas notei que Tania parecia misteriosamente corajosa. Sentada na beira da mesa acolchoada, observava impassível enquanto eu removia de seus pés bandagens sujas de sangue. Ao examinar o tornozelo esquerdo inchado, descobri que o pé girava livremente, sinal de um tornozelo completamente deslocado. Estremeci com o movimento pouco natural, mas Tania não se abalou. Continuei a remover as faixas. — Você tem certeza de que quer que essas feridas sarem, mocinha? — perguntei, tentando aliviar a atmosfera na sala. — Poderia voltar a usar sapatos. Tania riu e achei estranho que ela não tivesse se encolhido ou choramingado quando retirei os curativos junto à pele. A menina olhou ao redor da sala com um ar de leve aborrecimento. Quando removi a última bandagem, encontrei feridas muito inflamadas na sola dos dois pés. Toquei de leve os ferimentos com cuidado. Tania era uma paciente de quatro anos, olhos negros e vivos, cabelos encaracolados e um sorriso brejeiro.


Eu a examinei com uma sonda, olhando o rosto de Tania para ver se mostrava alguma reação. Nenhuma. A sonda penetrou facilmente no tecido macio, necrosado, e pude até vislumbrar a brancura do osso. Mesmo assim não houve qualquer reação de Tania. Enquanto pensava nos ferimentos da garotinha, a mãe contou-me a história dela: — Tania parecia bem quando pequena. Uma menina um tanto ativa, mas perfeitamente normal. Jamais esquecerei a primeira vez em que percebi que ela tinha um problema sério. Tania estava com 17 ou 18 meses. Eu geralmente a mantinha no mesmo aposento comigo, mas naquele dia a deixei sozinha no cercadinho enquanto fui atender ao telefone. Ela permaneceu quieta e decidi então preparar o jantar. Eu podia ouvi-la rindo e cantarolando. Sorri imaginando qual seria a nova travessura que tinha arranjado. Alguns minutos depois entrei no quarto de Tania e encontrei-a sentada no chão do cercadinho, pintando espirais vermelhas no lençol branco. Não entendi a situação no momento, mas quando me aproximei tive de gritar. Foi horrível. A ponta do dedo de Tania estava machucada e sangrando e ela usava o seu próprio sangue para fazer aqueles desenhos no lençol. Gritei: "Tania, o que aconteceu?". Ela riu para mim e foi então que vi as manchas de sangue em seus dentes. Ela mordera a ponta do dedo e estava brincando com o sangue. Nos meses que se seguiram, a mãe de Tania contou-me que ela e o marido tentaram em vão convencer a filha de que os dedos não eram para ser mordidos. A criança ria das surras e outras ameaças físicas e de fato parecia imune a qualquer castigo. Para conseguir o que queria, bastava levantar o dedo até a boca e fazer de conta que ia mordê-lo. Os pais capitulavam na mesma hora. O horror dos pais transformou-se em desespero à medida que feridas misteriosas apareciam em um após outro dedo de Tania.

A mãe da menina repetiu esta história numa voz monótona, impassível, como se estivesse resignada ao destino perverso de criar

uma criança sem instintos de autopreservação. Para complicar as coisas, ela estava agora sozinha. Depois de um ano tentando lidar com Tania, o marido abandonou a família: — Se você insiste em manter Tania em casa, eu então desisto, — anunciou ele. — Nós geramos um monstro. Tania certamente não parecia um monstro. Apesar das feridas nos pés e dos dedos encurtados, aparentava ser uma criança sadia de quatro anos. Perguntei sobre os machucados nos pés. — Começaram quando ela aprendeu a andar — respondeu a mãe. — Ela pisava num prego ou tachinha e não se preocupava em tirá-lo. Agora verifico os pés dela no fim de cada dia e muitas vezes descubro um novo machucado ou ferida aberta. Quando torce o tornozelo, ela não manca e então acaba torcendo-o várias vezes. Um ortopedista especializado me informou que ela está com a junta permanentemente danificada. Se enfaixamos seus pés para protegê-la, algumas vezes, numa crise de raiva, ela arranca as bandagens. Certa vez rasgou uma atadura de gesso com as próprias mãos. A mãe de Tania me procurou por recomendação do ortopedista. — Ouvi falar que seus pacientes de lepra têm problemas nos pés desse tipo — disse ela. — Será que minha filha tem lepra? Pode curar as mãos e os pés dela? Ela mostrava a expressão desesperançada, melancólica que eu vira com freqüência nos pais de pacientes jovens, uma expressão que toca o coração de um médico. Sentei-me e procurei explicar gentilmente a condição de Tania. Eu felizmente podia oferecer um pouco de esperança e consolo. Faria novos testes, mas, ao que tudo indicava, Tania sofria de um defeito genético raro conhecido informalmente como "indiferença congênita à dor". Ela era saudável em todos os aspectos, menos um: não sentia dor. Os nervos em suas mãos e pés transmitiam mensagens sobre mudanças de pressão e temperatura — ela sentia uma espécie de formigamento quando se queimava ou mordia um dedo — mas essas coisas não sugeriam algo desagradável. Faltava a Tania qualquer imagem da dor formada por síntese mental.
Ela até gostava das sensações de formigamento, especialmente quando produziam reações tão dramáticas nos outros. — Podemos curar essas feridas — eu disse —, mas Tania não tem um sistema de alarme inato para defendê-la de novos episódios. Nada irá melhorar até que Tania compreenda o problema e comece a proteger-se conscientemente. Sete anos depois recebi um telefonema da mãe de Tania. A menina, agora com onze anos, estava vivendo uma existência patética numa instituição. Ela tivera de amputar as duas pernas, por recusar-se a usar sapatos adequados ou mudar o peso de uma perna para a outra quando estava de pé (por não sentir qualquer desconforto), colocara pressão intolerável sobre as juntas. Perdera também a maioria dos dedos. Seus cotovelos se deslocavam constantemente. Sofria os efeitos da infecção crônica por causa das feridas nas mãos e nos tocos amputados. Sua língua estava dilacerada e cheia de cicatrizes devido ao seu hábito nervoso de mastigá-la.

Um monstro, o pai a chamara. Tania não era um monstro, apenas um exemplo extremo — na verdade uma metáfora humana — da vida sem dor."

 




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