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Inveja e Contentamento (9788573254488)

Inveja e Contentamento

Inveja e Contentamento
Autor: Eduardo Rosa Pedreira
Editor: Mundo Cristão

Tamanho: 14 x 21cm
Páginas: 112
Categoria: Relacionamentos / Vida Cristã

A INVEJA MATA. MAS TEM CURA.

Há muitos séculos, quando a estrutura clerical do cristianismo se valia de dogmas e crendices para sustentar seu poder, surgiu o conceito dos “sete pecados capitais”: aqueles considerados fundamentais, raízes de todos os outros. Em oposição a eles, foi criada a lista das “virtudes cardeais”, cada qual um contraponto ao respectivo desvio de caráter. Se, de um lado, havia algo de maniqueísta nesta concepção, por outro também servia como uma espécie de referência às diferentes faces do mal que se abriga no coração do ser humano depois da Queda e às atitudes antagônicas que correspondem ao perfil de quem se assume como “nascido de novo”.

Em Inveja e contentamento, Eduardo Rosa Pedreira se dispõe a analisar a manifestação de um desses “pecados capitais” e de sua antítese, e o faz dentro da dimensão de cada lar. Neste livro desafiador e original, Eduardo faz ao leitor uma proposta ousada e de dupla via: identificar a presença e a influência da inveja nos relacionamentos familiares e cultivar as virtudes que não apenas são capazes de neutralizar o efeito do mal, como ainda fortalecer os laços relacionais e a saúde espiritual de pais e filhos.

Inveja e contentamento faz parte da coleção “Pecados e virtudes da família”, da Editora Mundo Cristão.

Sobre o autor:
Eduardo Rosa Pedreira é pastor presbiteriano, mestre e doutor em Teologia pela PUC-RJ e líder da Comunidade Presbiteriana da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Coleção "Pecados e virtudes da família"
Por mais que possa estar fora de moda, o pecado se encontra mais próximo e presente em nós e em nossos relacionamentos do que somos capazes de imaginar. A boa notícia é que cultivar as virtudes cristãs pode nos ajudar a lidar com esse mal. Esse é o objetivo da coleção “Pecados e virtudes da família”. Precisamos reconhecer as características do pecado e cultivar seus antídotos. Neste volume, discutiremos a inveja dentro das relações familiares e seu oposto, o contentamento.

No próximo volume, orgulho e humildade farão “ponto e contraponto”. Assim, nos cinco livros restantes que completam a colecção, estabeleceremos o grande pano de fundo das principais questões que envolvem o relacionamento familiar. Cada livro será dividido em duas partes. Para melhor assimilação do conteúdo deste primeiro volume, o autor lança mão de uma narrativa ficcional, sob a forma de um pequeno conto, para tratar da temática “inveja”.

“Aliás, se tivesse de classificá-lo, talvez o chamasse ‘romance psicológico’.”, diz o autor. Seus personagens não são identificados por detalhadas descrições físicas, ambientais ou geográficas, e sim por seu mundo interior. Não se deixam conhecer pelo rosto, mas pelo coração. Convido-o, portanto, a iniciar uma viagem para dentro de si mesmo, deixando-se guiar pelo poder da imaginação.

Leia excerto do livro:

Introdução

Os sete pecados capitais e as sete virtudes cardeais


Houve um tempo em que reinavam a corrupção religiosa, a superstição, o medo, a tortura, as fogueiras, as grandes batalhas e as guerras. Os guerreiros nada mais eram que "cristãos" em busca da purificação do mundo dos males trazidos pelos não-cristãos.

Naquele tempo de trevas espirituais, alguns homens e mulheres fizeram uma opção pela santidade. Não mais podendo viver no mundo, fugiram dele. Construíram uma vida protegida pela solidão dos desertos ou pelos muros dos conventos. Enquanto os ricos e poderosos se precaviam contra a pobreza atrás de seus castelos, monges e monjas se preservavam contra toda impureza no interior de seus desertos.

Os homens e as mulheres que optaram pela vida monástica começaram a perceber intimamente a presença da sujeira espiritual que os levara a se afastar do mundo. Compreenderam que não bastava conhecer Deus a fundo, enchendo a alma com o conhecimento


de sua Palavra e presença; seria necessário também conhecer a si mesmos.

Quanto mais conheciam a Deus, tanto mais sua consciência os levava ao autoconhecimento. Quanto mais se faziam amigos de Deus, mais sentiam a necessidade de conhecer o pecado que se lhes alojava no coração. Estavam conscientes de que numa batalha quanto mais informações se tem do inimigo, maior a possibilidade de vitória.

O estudo aprofundado do pecado levou-os a associá-lo a um vício. Perceberam o ser humano, cujas ações são condicionadas pela natureza pecaminosa, como alguém "viciado" em pecar. Só pecamos em atos porque somos, por natureza, pecadores na alma. Meu pecado é meu vício de cada dia.

Em busca de melhor entender o pecado, esses cristãos o perceberam como um curinga de muitas faces. Seu mapeamento exaustivo resultou numa lista que definiu os sete pecados capitais. Foram denominados "capitais" não em virtude de sua gravidade, mas do número e da variedade de outros pecados que deles nascem. São como as sete raízes de uma imensa árvore, repleta de diferentes galhos, produtora de infindáveis frutos.

Os pecados capitais não foram, contudo, o único resultado daquele trabalho exaustivo. Para cada um deles descobriu-se uma virtude correspondente, o outro lado da moeda, o antônimo do pecado capital. São as chamadas virtudes cardeais, estrelas reluzentes a guiar todos aqueles que desejam libertar-se do escuro céu dos pecados capitais.

No decorrer do tempo, essas listas sofreram várias modificações. Vamos nos concentrar apenas naqueles pecados e virtudes originalmente listados:



Muitos anos se passaram e hoje a palavra "pecado" está cada vez mais marginalizada do vocabulário, relegada a segundo plano. A história de insanidade da igreja cristã, rotulando tudo de "pecado", gerou forte reação da sociedade. Com a chegada das ciências da alma, foi substituída por alienação, herança familiar etc. Além disso, os limites da moralidade e da ética desapareceram.

Num mundo onde tudo é permitido, falar em pecado está totalmente fora de moda. Encontrei um exemplo disso nas correspondências trocadas entre leitores e uma famosa colunista de um jornal americano, que funcionava como conselheira para aqueles que lhe escreviam sobre questões pessoais. Um deles observou: "Querida Ann, tenho dormido ultimamente com três mulheres diferentes, e nenhuma delas sabia da existência da outra. Um dia, por acaso, duas delas se encontraram e, ao comparar informações, descobriram minha trama. Que devo fazer? Por favor, não me venha com seu julgamento moral, falando em pecado".

A colunista então respondeu: "Caro senhor, o que nos difere dos animais é o senso de moralidade concedido por Deus aos seres humanos. Uma vez que o senhor parece não ter este senso básico, sugiro que procure aconselhar-se com um veterinário!".

Hoje, mais do que nunca, é preciso reacender em nós a noção exata

Pecados

Orgulho

Inveja

Ira

Preguiça

Avareza

Gula

Luxúria

Virtudes

Humildade

Contentamento

Mansidão

Coragem

Generosidade

Moderação

Pureza









do que é pecado — uma percepção capaz de nos enxergar como somos, e a nossa família, na sua mais pura realidade. Apenas essa visão poderá nos levar a cultivar as virtudes opostas a tais pecados.

Por mais que possa estar fora de moda, o pecado encontra-se mais próximo e presente em nós e em nossos relacionamentos do que somos capazes de imaginar. A boa notícia é que cultivar as virtudes cristãs pode nos ajudar a lidar com esse mal.

Esse é o objetivo da coleção Pecados e virtudes da família. Precisamos reconhecer as características do pecado e cultivar seus antídotos. Neste volume, discutiremos a inveja dentro das relações familiares e seu oposto, o contentamento.

No próximo volume, orgulho e humildade farão "ponto e contraponto". Assim, nos cinco livros restantes que completam a coleção, estabeleceremos o grande pano de fundo das principais questões que envolvem o relacionamento familiar.

Cada livro será dividido em duas partes. Para melhor assimilação do conteúdo deste primeiro volume, decidi utilizar uma narrativa ficcional, sob a forma de um pequeno conto, para tratar da temática inveja. Aliás, se tivesse de classificá-lo, talvez o chamasse de romance psicológico. Seus personagens não são identificados por detalhadas descrições físicas, ambientais ou geográficas, e sim por seu mundo interior. Não se deixam conhecer pelo rosto, mas pelo coração.

Convido-o, portanto, a iniciar uma viagem para dentro de si mesmo, deixando-se guiar pelo poder da imaginação.

Século vi, Itália. Um grupo de fugitivos romanos tenta desesperadamente escapar do domínio dos povos bárbaros. Sobem até o topo das montanhas Lattari e ali constroem uma pequena cidade.


Parte um

Tirando as luvas


Um "quase conto" sobre a inveja dentro

das relações familiares


1

Ravello


Sua localização e difícil acesso são um escudo natural. Além de proteção, ganham um cenário de rara beleza. Inicialmente chamaram a cidade de Rebello, uma alusão à maneira como eram conhecidos seus habitantes: Rebelli (rebeldes). Depois passaram a chamá-la de Ravello, cujo significado é casa maravilhosa.

Século xxi. O mesmo cenário, a Itália; a mesma cidade, Ravello. Após longuíssimos anos de história e de milhões de personagens que habitaram e visitaram aquele lugar, lá estava eu como mais uma figura a compor o cenário. Em meu carro, dividia com outras dezenas de automóveis e ônibus de turismo as estreitas vias de um pedaço de terra dos mais disputados no verão italiano. Quase não acreditava estar dirigindo a caminho da cidade de Ravello, na costa Amalfitana, sul da Itália, beleza do Mediterrâneo.

Foi um momento realmente inacreditável. O encantamento fez daquela segunda-feira um dos dias mais belos da minha vida! Reconheço que a singularidade das circunstâncias transformava-me


os olhos numa lente através da qual tudo era bonito: o sol invadia a manhã e poetizava com as nuvens, que caprichosamente combinavam com um azul celeste de inconfundível beleza. Entretanto, para as centenas de pessoas que buzinavam impacientes com o congestionamento que se formava à frente, parecia um dia como outro qualquer.

Pouco importava a possível banalidade com que as pessoas viviam aquele dia. Em meu coração ele era uma gota singular no oceano da minha vida. Quem me olhasse concluiria que se tratava apenas de mais um turista encantado num determinado ponto da costa Amalfitana, um dos pedaços mais bonitos do planeta.

Se, no entanto, alguém pudesse adivinhar como me sentia naquele momento, perceberia que a beleza daquele dia combinava com minha alegria interior. É assim! Quando desfrutamos o doce sabor de nossas conquistas, tudo fica mais bonito. Sentia pulsar dentro de mim a gostosa sensação de estar realizando um sonho. Estava orgulhoso de mim mesmo, pois os dois últimos anos haviam sido marcados por muito planejamento, pesquisa, aperto financeiro, perseverança, para que afinal lá estivesse!

Depois de uma hora subindo pelas íngremes rodovias das montanhas Lattari, entrei em Ravello. A cidade não poderia ser mais linda, tranqüila, charmosa e romântica. Creia-me, não vai aqui nenhum exagero de alguém encantado por estar num lugar tão sonhado.

Mesmo sendo minha primeira vez, não posso dizer que não conhecia aquela pequena e maravilhosa cidade. Após longas horas na Internet, consultas a livros, vídeos, eu já conhecia ruas e becos, bibliotecas e livrarias, bares e restaurantes; e isso não só pelos mapas disponíveis, mas pelas fotografias que despertavam-me mais do que um conhecimento prévio do lugar. Era natural que experimentasse


uma enorme ansiedade pela chegada iminente.

Assim que desci do carro, constatei o óbvio: conhecemos um lugar somente quando a ponta do pé e todo o coração tocam nele. Antes disso, mapas e fotografias são apenas pequenos aperitivos, incapazes de revelar o pleno sabor de se estar realmente lá.

Procurei imediatamente o Belvedere, um terraço de onde se divisava a desconcertante beleza dos vales, que se mostravam vaidosamente belos ao olhar de quem os contemplava. A combinação das pequenas cidades, a vegetação e a beleza do mar fazia daquele cenário um espetáculo único, mágico.

Difícil era conter a excitação. A cidade respirava história e cultura. Sentia-me como uma criança que corre de um lado para outro, tentando consumir um pirulito grande demais. Assim, corri até o Mosteiro de São Francisco, construído pelo próprio São Francisco de Assis. Visitei a Villa Rufolo, com sua arquitetura medieval e a grande Catedral construída no século xi.

Meus primeiros momentos foram de intensa gula visual, uma busca por absorver cada gota de beleza e história daquele lugar.

Após o deslumbramento inicial, dirigi-me à Universidade de Ravello. Afinal, estava ali para muitas horas de trabalho, e não somente para curtir a beleza do lugar.

O campus da universidade não era tão grande, e até combinava com a singeleza e simplicidade do lugar. Para qualquer lado que se olhasse viam-se bandos de jovens carregando livros sob os braços, trazendo no rosto as marcas de estarem passando ali provavelmente os melhores anos de sua vida, mesmo que ainda não tivessem consciência disso. À multidão de estudantes juntavam-se professores, sempre carregando maletas, livros ou mesmo calhamaços de pesquisas.

O tom azul marinho do macacão do pessoal da manutenção se


misturava ao impecável uniforme cinza da turma da administração, enquanto secretárias com seus tailleurs davam um tom mais clássico ao ambiente notadamente informal. De repente, todos se cruzavam apressados, cada um rumo ao próprio destino, numa pequena praça da cidade universitária.

Em meio à adrenalina turística que energizava meu corpo já cansado, dediquei-me a uma das coisas que mais me proporcionavam prazer. Procurei um pequeno banco, meio escondido entre plantas muito bonitas, e sentei para observar. Apreciando a beleza e a agitação à volta, corri a mão automaticamente para dentro da bolsa, buscando minha companheira de olhar, o instrumento capaz de cristalizar nas cores de um papel toda a singularidade da visão, a máquina fotográfica.

Desisti. Afinal, como as pessoas reagiriam vendo-me em meio aos arvoredos, tirando fotos das pessoas compulsivamente? Deixei a máquina quieta, até por saber que naquele próximo mês nós dois estaríamos em intensa atividade. A razão de minha viagem era um curso de fotografia. Seria um mês de muito trabalho, mas recheado de profundo prazer, pois estaria fazendo uma das coisas de que mais gostava.

Minha relação com a fotografia começou quase por acaso. Por conselho médico, tive de procurar uma atividade que me desse algum nível de relaxamento em meio ao meu estilo de vida estressante. Foi aí que me voltei para a fotografia. Vi no ato de fotografar um simples canal de escape das tensões. À medida que o prazer aumentava, crescia a necessidade de saber mais sobre a técnica de fotografar.

Uma simples foto já não me satisfazia; eu queria dominar técnicas que me proporcionassem a melhor luz, o melhor ângulo, a posição ideal. Vieram os cursos, e quando dei por mim a fotografia


deixara de ser um simples hobby, para se tornar um saudável vício, uma ambicionada busca por aperfeiçoamento. Depois disso, meus momentos nunca mais se perderam no tempo e no espaço; eu os congelava na máquina, e os revelava para serem compartilhados por outros.

Somente após meus primeiros avanços, percebi que tinha uma tendência especial para fotografar rostos humanos. Eram sempre minhas melhores fotos. Tornei-me capaz de esperar horas e horas pelo melhor ângulo, a fim de captar aquele pequeno levantar de sobrancelhas, um imperceptível franzir de testa, o invisível brilho nos olhos, aquele traço facial singular de cada um. No fundo, eu buscava fotografar o imperceptível pelos olhos comuns, e que apenas uma lente fotográfica consegue expressar e guardar.

Após registrar centenas de rostos fui entendendo o porquê da minha sede pela fotografia, e em especial pelo rosto: eu, que trabalhava com pessoas, estava em busca de conhecer melhor o ser humano e constatar, mediante a fotografia, que de fato o rosto é o espelho da alma. Aprendi a ler o coração das pessoas por sua expressão facial, pois o rosto é o registro físico daquilo que acontece dentro delas.

As expressões faciais descobrem sentimentos e emoções naturalmente invisíveis. Fotografar as reações tatuadas na face humana já não era um escape das tensões, mas uma extensão da minha vocação; um maravilhoso instrumento que descobri ser capaz de me ajudar a fazer melhor meu trabalho.

Talvez agora você entenda por que me encontro num lugar tão lindo, e prestes a começar um curso tão sonhado. Além disso, parar e sentar num banco de onde se podia ver as pessoas, observar as centenas de rostos que desfilavam diante de mim sem que elas pudessem com igual clareza me perceber era tudo o que eu queria.


Permaneci parado por quase uma hora, hipnotizado pela imensa variedade de sensações captadas dos rostos que passavam diante de mim. A melhor parte desse exercício de observação era o anonimato em que eu permanecia. Aquelas pessoas não sabiam que estavam sendo observadas. Alguns passavam e me olhavam, mas quase não me notavam, pois eu era apenas alguém sentado num dos muitos bancos daquele lugar.

Na verdade, era bem mais! Um observador atento, uma máquina fotográfica humana fotografando. Via sem ninguém me ver.

Puro engano! Logo descobri que me iludira, em meu suposto anonimato. Para minha surpresa, alguém mais, além de mim, parecia saber que eu estava ali observando tudo. Num banco do outro lado de um pequeno lago, numa localização muito parecida com aquela em que me encontrava, alguém, em meio a pequenos arbustos, um pouco escondido pelas folhas e galhos, me observava.

Imediatamente me senti como uma criança flagrada numa traquinagem. Ao perceber que alguém me observava, não pude deixar de notar dentro de mim uma pequena faísca de pânico. Agora era eu quem estava sendo observado. Confesso que detestei a sensação de alguém fazer comigo o que eu fazia com as pessoas. Desconcertei-me. Fui descoberto, fiquei nu, exposto, meu anonimato violado.

Desviei o olhar na ingênua tentativa de convencer meu observador de que eu não o via. Virei o rosto, tentando ignorá-lo. Não agüentei a ansiedade. Olhei de novo. Ele continuava lá, com os olhos grudados em mim, fotografando-me com a visão. Virei novamente o rosto, já sentindo a respiração ofegar.

De dentro do feixe de sensações que me tomaram naquele momento, começou a nascer certa irritação, prenúncio de ira. Nunca me dera conta de como um olhar é capaz de invadir a privacidade de


alguém. Determinados olhares podem constituir-se num dos mais graves atos de invasão da privacidade.

Resolvi enfrentá-lo e abandonar aquele jogo infantil de esconde-esconde. Atirei-lhe um olhar de enfrentamento na intenção de atingi-lo, como se fosse uma bala capaz de dizer que eu também o estava observando. Decepção. Frustração. Vazio. Ele já não estava lá. Fiquei furioso. Vasculhei o lugar mais uma vez com o olhar, procurando-o em meio à multidão. Irritante constatação: ele se fora.

Olhei o relógio: estava em cima da hora da primeira aula. Dirigi-me apressadamente ao prédio em que as aulas aconteceriam. Na mesma velocidade dos meus passos, perguntas formavam-se dentro de mim: quem seria aquele homem? Como me achara ali no meio de tanta gente? Por que me observava? Por que saíra de forma tão mágica como aparecera?

As perguntas começaram a me angustiar. Decidi, então, na rapidez daquela curta caminhada, esquecer o assunto e aproveitar o momento. Mal sabia que mais cedo do que poderia imaginar, iria encontrar resposta para todas essas perguntas.



 



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